quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Esquisita"...


Se enamora
                                                                         Quem vê você chegar com tantos sonhos
                                                                          E os olhos tão ligados nesses sonhos   
                                                                          Tesouros de um amor que vai chegar...

                                                                                                                             Balão Mágico.


Nem melhor nem pior, apenas diferente...
Essa era a frase que estava em todas as suas agendas e cadernos na adolescência, a frase lhe caia como uma luva, se via nela, afinal ouviu a vida toda frases do tipo: O seu jeito é diferente...
Também tinha o fato de seu apelido na quinta série ter sido Esquisita, hoje ela conseguia rir disso, mas na época sofreu um bocado com o apelidinho infame. Mas ser diferente era um fato nela e agora beirando os 30 ela "aceitava" isso.
 Sua forma de sentir era diferente, de amar e ver as pessoas, não via em ninguém isso,  para alguns ela era até considerada boba, mas depois de ter passado anos da vida tentando com todas as suas forças ser diferente do que era e sentir diferente do que sentia desistiu. Claro que ao longo do tempo ela mudou sim e muito, mas eram mudanças naturais, aquelas que só o tempo trás, a chamada maturidade, sensação que fazia parte do que ela era agora e que lhe dava um prazer imenso.
Passou até a se ressentir menos com o fato de estar ficando mais velha, só pela sensação de segurança que amadurecer lhe trazia, ela sabia que de um jeito ou de outro tudo ia ficar bem e que as neuras não passam nunca na cabeça de uma mulher, elas só mudam o
contexto .Afinal, mulher que se presa leva consigo sempre uma pulga muito confortavelmente hospedada atrás da orelha, não importa a que ela se refira, mas nos sentimos incompletas sem um conflito interior.
Mas maturidade à parte ela sabia que sempre seria diferente, sua visão um tanto quanto romântica da vida pra grande maioria das pessoas era vista como sinal de imaturidade, isso a irritava as vezes mas no fundo ela nem ligava, sabia que sempre seria assim, o melhor era mesmo se conformar. O diferente sempre causa reações e ela fazia mesmo coisas estranhas aos olhos alheios.
Tinha melhores amigos na internet, lojas de chocolates e no ônibus de manhã, e amava sim essas pessoas de verdade, falem o que quiserem, em um mundo de tanta frieza ela era alguém que amava pessoas, só por serem pessoas, adorava destacar suas qualidades, seus detalhes e jeito de dar risada. Risadas pra ela eram como tesouros, estavam dentre as coisas que mais gostava.

Falando em tesouro, ela guarda lembranças como tesouro em pequenas caixinhas coloridas com fitas acetinadas dentro de si. Mesmo que quem tenha lhe deixado uma lembrança boa nem fosse mais alguém legal ou agradável. Ela às tinha como combustível em tempos difíceis. As colecionava com todo carinho, todas tinham seus cheiros, cores e muitas vezes lhe trazia sabor à boca.
Serviam também de inspiração para seus devaneios tolos, que eram praticamente um vício que trazia consigo desde a infância. Se imaginar em situações às quais gostariam de viver.
 Nesses devaneios ela era sempre muito amada por alguém, também usa com um vestido de cor lavanda. Ela sempre ouviu essa frase: Vestido cor lavanda, e isso sempre lhe pareceu muito bonito, sabia que ficaria bem em um vestido lavanda com flores em meio aos seus cachos dançando Easy ( do Faith no more) com um príncipe pelo salão.
Ela se entrega, se rende a vida, tem ânsia do novo, de coisas e pessoas bonitas. Ela gosta de cheiro bom e de novas lembranças pra guardar em suas caixinhas coloridas. Adora emoções fortes e situações proibidas. Amores tórridos e se a vida lhe trouxer algo por mais maluco que seja ela vive, não saberia viver de outra forma, nem se negar à emoções.
Se encontra em letras de músicas e chora com doces melodias...
Em meio a tudo isso ela se entrega a vida e seja o que Deus quiser.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

You are so beatiful to me...

Quem diria que eu um dia teria um amigo pela internet...
Se eu pudesse abriria essa sua cabeça de vento e colocaria ai bem claro todo o seu potencial, se eu pudesse também te protegeria de qualquer coisa que pudesse te fazer mal, inclusive e principalmente de você mesmo.
Obrigado pela paciência e por não julgar o que sinto, penso e tudo o que eu divido com você.Obrigado por colorir minhas palavras, me chamar de linda, me incentivar.
Eu estava mesmo precisando de alguém como você.

Se eu pudesse mostrar o que você me deu
Eu mandava embrulhar, chamaria de meu
Melhor forma não há, pra guardar um amor
Então preste atenção ou me compre uma flor...(Tiê)

Para começar vou me usar de um texto á 4 mãos feito com meu Amore Eder Fabrício.

Do seu lado da cama.

Através do vidro da janela do ônibus, ele observava a cidade. Era final de inverno e a temperatura era mais gelada do que de costume. Todos com inúmeras peças de roupas, cachecóis azuis, moletons coloridos, toucas cinzas, luvas pretas e marrons, botas e casacos vermelhos, e todas as outras cores que couberem na sua aquarela. Coloridos que se contrastavam com o cinza do céu. Uma certeza que tinha, era a de que no inverno tudo se tornava mais bonito.
Torcia para demorar chegar ao metrô. A semana foi um verdadeiro inferno, estava tão cansado, que a idéia de descer  do ônibus e seguir caminhando lhe dava arrepios.
Era sexta feira e não tinha nenhuma mensagem dela no celular e nem na secretária, também não havia e-mail's na caixa de entrada. Não combinaram o que comeriam, não disseram se teria ou não o tradicional vinho tinto e o bate papo de sexta feira a noite. Ambos trajavam orgulho dos pés à cabeça.
Ele não conseguia esquecer a briga de terça feira.
Ela fazia questão de lembrar de todos os erros dele daquela briga de terça feira.
Toda a trajetória até sua casa, foi bem dolorida, o cansaço físico era notório, mas o psicológico era explícito.
Em casa procurou manter a mente ocupada. Enquanto sentia a dor do orgulho pulsar em seu peito, escutava os tais versos tristes que coincidentemente (ou não) faziam parte dos seus últimos dias:


A cada acorde, seus olhos ficavam úmidos. Sentia um desconforto no estômago e novamente enxergava a indiferença dela, como se estivesse realmente ali, jogando uma a uma, aquela sequência de palavras tristes e geladas como a estação.
Quando saiu do banho notou a claridade do celular indicar uma nova mensagem:

-E aí, qual o plano?

Característico e previsível. Havia jogado a responsabilidade para ele. Respondeu com meias palavras, meias verdades, mesmo com o coração em brasa e também pela metade, se esquivou como pôde.
Mas por fim estavam sob o mesmo edredon xadrez em vermelho e verde.
Mesmo após o dia exaustivo ele acordou pela madrugada, só para admirá-la dormir. Ver aquele rosto angelical lhe causava tantas sensações (dor, amor, medo, insegurança). Era tão linda, mesmo com tais sensações, era grato pelo momento. Olharia a noite inteira. Difícil era encará-la quando estivesse acordada, o olho no olho. Havia mágoas e sonhos guardados nessas caixas de fotos e cartas antigas.
O sábado a princípio foi indolor, seguido de um baile de máscaras e discussões:
Ele fantasiado com seu orgulho;
Ela nitidamente perdida na distância entre ambos;
Ele trajava medo. Como a amava, tentou quebrar o gelo, mas disse a frase errada na hora inadequada. Queria tanto que tudo fosse resolvido com o tempo, sem a exaustão de longos diálogos.
Farpas, fagulhas, vidros e sentimentos foram para os ares. Tudo espalhado pelo chão de madeira cor de mógno. Espirrados para todos os lados, estavam os resíduos de um amor doloroso.
Ele com a razão no pulso (feito um relógio suíço), continuou a atacar e gesticular.
Ela ameaçou usar insegurança e ir embora.
Ele revidou dizendo que se fosse não era pra voltar. Calçou decisão. Seu coração rasgou no peito, mas não podia ceder. Tinha de se impor. Ele também ousou e gritou. O teatro já estava calado e a peça precisava mesmo chegar ao ápice:
-Está desistindo de nós! E se deitou.
Gritou mais uma vez, demonstrando o medo que sentiu ao vê-la ir.
Ela jogou algo no chão, não importava mais... em um único instante também foram ao chão: orgulho, distância, medo, insegurança e lágrimas, manchando o amor dos dois.
Ele desmorona completamente quando ela chora.
Ele  levantou-se calado, apagou as luzes e todas as mágoas e a trouxe até a cama. Deitou e enroscou-se nela. O choro cessou. Dormiram.

Dei meus sentimentos em preto e branco embrulhados em um pacotinho com fita colorida pra chamar sua atenção nas mãos desse amigo tão querido, ele ao ver a fita colorida destacando o pacote viu potencial, pegou o desenho dos meus sentimentos, sem cor nenhuma e sentou-se com seus lápis de cores mais bonitas e pôs-se a colorir e embelezar, deu cor ao meu inverno, a descrição do meu caminho de casa, desenhou botas vermelhas pra dar charme, colocou cores cintilantes ás minhas dores pra destacar e fez um degradê de tons azulados no choro do meu amor. Obrigado meu Amore.